Juan Pablo II en Españade la movilización católica a la oposición política

  1. Vicente Jesús Díaz Burillo 1
  1. 1 ISHIR, Conicet (Rosario), Argentina.
Revista:
Historia Crítica

ISSN: 0121-1617 1900-6152

Ano de publicación: 2021

Título do exemplar: Tema abierto

Número: 79

Páxinas: 93-113

Tipo: Artigo

DOI: 10.7440/HISTCRIT79.2021.05 DIALNET GOOGLE SCHOLAR

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Resumo

Objetivo/Contexto: a religião vem se constituindo nas últimas décadas em um dos mais potentes instrumentos pelo qual são canalizadas aspirações políticas. Os clássicos paradigmas da secularização falharam em suas predições, demonstrando que nem o religioso se vê confinado ao âmbito do privado, nem desaparecido do espaço público. Este artigo trata de uma das formas em que o religioso se torna visível e reivindica seu lugar no espaço público. Metodologia: este artigo aborda seu objetivo partindo da análise de fontes primárias — eclesiásticas, hemerográficas e fontes provenientes da Administração Pública espanhola —, bem como da metodologia desenvolvida ao redor do estudo dos movimentos sociais e da história cultural do político. Originalidade: o texto discute a viagem do papa João Paulo II à Espanha em outubro e novembro de 1982. Poucos dias antes de sua chegada, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) tinha ganhado as eleições gerais por uma ampla maioria absoluta. Por primeira vez após a morte do general Franco, um partido nominalmente de esquerda assumia o governo. Naquele contexto, a visita papal teve grande relevância política: em torno de João Paulo II, reuniu-se uma importante oposição midiática e política a esse novo governo. Conclusões: com as viagens do chefe do Estado do Vaticano, a Igreja católica mobiliza os católicos nas ruas, o que converte as manifestações para acompanhar o papa em autênticas marchas nas quais a reivindicação religiosa se confunde com a reivindicação política. A viagem analisada neste artigo, cuja lógica se repetiu muitas vezes durante o papado de João Paulo II, mostra-nos uma instituição de um marcado caráter transnacional capaz de atuar como autêntico agente político.